3 de set. de 2010

Olimpíada de História - Entrevista

Booa noite gente!
Eu, da equipe Os Miscigenados, vou postar a entrevista realizada na segunda fase com duas pessoas. Caso alguém de outra equipe queira que eu poste, me avise =)
To postando pq achei bastante interessante as diferenças da nossa época perante as de pessoas significativamente mais velhas que a gente.
Então tá aki, é comprido mas vale a pena:

Valquíria de Souza Danezi


51 anos


Mogi-Mirim - S.P


Mogi-Mirim - S.P


Seu primeiro trabalho foi na Monroe, atuava como transformadora de linha.Muita disciplina, com horários rígidos e salário baixo.


Queixou-se sobre a falta de emprego, de lazer, saúde e já quando era jovem havia muita violência. Hoje, para ela, há mais investimentos nessas áreas embora ainda não sejam plenamente satisfatórias.


A escola de seu tempo de mocidade era diferente.O intervalo era mais calmo, com menos gritaria, as crianças não faziam bagunça, utilizavam o recreio pra sua real utilidade: comer e descansar pra depois voltar aos estudos.Havia muito mais respeito para com os professores e a escola, esse respeito era uma virtude.


O lazer era algo precário.Não havia muitas opções para classes mais baixas, muitas delas eram mais favoráveis aos ricos, como o cinema, por exemplo. Às vezes, sendo raras essas, o circo ou o parque eram frequentados.


Um fato marcante em sua vida foi o Impitimam do Collor que, para ela, foi o primeiro movimento que tomou força para tirar um mal político do governo.


Para nós, entrevistarmos pessoas de uma época diferente é algo que nos faz estarmos por dentro das mudanças que ocorreram e que podem ocorrer conosco um dia. Percebemos que perdemos e cultivamos alguns aspectos, uns bons, outros nem tanto e que a diferença de classes sociais sempre predominou, assim como a vida difícil de quem batalha pelo o que almeja.

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Everaldo Santos (avô do Matheus)


69 anos


Sergipe -SE


Mogi-Guaçu - S.P


Trabalhou por 20 anos na lavoura, começou muito jovem aos 13 pois precisava ajudar na renda familiar. O trabalho era muito duro e sofrido, chegava a trabalhar mais de 12 horas em alguns dias. As condições eram precárias, detetizavam as plantas sem proteção alguma, sem ao menos luvas ou mascaras, sofria muito.


Mora em Mogi-Guaçu há 30 anos e acha que a cidade melhorou muito nesse tempo pois quando chegou aqui não havia lugar para morar, empregos, escolas, hospitais. E relatou que um problema de hoje em dia é a violência, diz que todos andam assustados e com medo.


Ele nos explicou que não teve muito estudo, pois vinha de família pobre e precisava trabalhar muito para ajudar em casa. Disse que entrou na escola aos 30 anos, onde aprendeu a ler e escrever, e mesmo não achando a escola boa, gostava, pois estava aprendendo. Hoje em dia possui até habilitação para dirigir automóveis.


Disse que antigamente havia muito pouco lazer, ia com a família raras vezes ao circo ou aos rodeios, pois o rodeio de Barretos, por exemplo, existe desde 1950. Disse também que demorou muito a ter uma televisão, seu principal lazer hoje em dia e que todas as notícias e informações eram transmitidas pelo rádio.


O fato histórico mais marcante em sua memória foi o Golpe Militar de 1964, onde João Goulart, presidente da época, caiu do poder e quem assumiu foi Castelo Branco, diz que viu muitos protestos nas cidades, brigas, sofrimento. Mas relatou também que o campo não foi muito afetado.


Pelos argumentos citados pelo Senhor Everaldo é possível compararmos nossa época com a vivenciada por ele. Se antes circo ou cinema era algo voltado preferencialmente as altas classes, hoje é muitas vezes deixado de lado devido as demais opções que abrangem um maior número de pessoas e classes socias. A educação que muitas vezes desprezamos hoje, era algo sem muita importância para as pessoas de baixo nível, já que não tinham muitas oportunidades para tal, uma vez que tinham que começar a trabalhar cedo para ajudar com o sustento em suas casas. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas durante a vida, relembrar o passado não é algo que traga melancolia ao presente, pelo contrário, pois pessoas como essas encaram esse período como uma guerra vencida e enxergam no futuro, para suas próximas gerações, uma vida bem melhor do que as suas, fruto de suas batalhas ao longo dela.

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Por: Marília e Matheus Eduardo (Matraka =D)



Se alguém ler tudo comenta aqui embaixo por favor *-*


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